quinta-feira, 5 de abril de 2012

Passageiro passa mal a bordo do "Zenith" e ele critica a Pullmantur !

Zenith em Santos-SP

O que era para ser uma viagem de descanso e lazer a bordo do navio de cruzeiros Zenith, da operadora Pullmantur, tornou-se um pesadelo para o técnico de Enfermagem Edemir Antonio Ribeiro. Ele acusa a empresa de forçá-lo a abandonar a embarcação em Búzios, no Rio de Janeiro, no dia seguinte ao início do cruzeiro, sem apoio para voltar a Guarujá, onde reside.

A viagem começou no último dia 7, em Santos. Edemir e a esposa, Claudia Regina Ribeiro, de férias, partiram para o litoral do Rio de Janeiro, em um mini-cruzeiro de três dias. Mas o passeio não saiu bem como eles esperavam.

Aos 49 anos de idade, Edemir tem em seu histórico um problema de cálculo renal, que piorou já no primeiro dia de viagem. Com fortíssimas cólicas, ele procurou o médico do navio, que aplicou uma medicação após saber o que estava acontecendo. “Naquele dia, eu quase enfartei. Minha pressão aumentou muito. O médico pediu que eu desembarcasse em Búzios e procurasse um hospital para me tratar, porque, no navio, não haveria condições de me atender”, explicou Edemir.

Medicado, porém ainda com fortes dores renais e pressão alta, Edemir desembarcou com a esposa em Búzios no dia seguinte, juntamente com os turistas que, alheios, iam aproveitar a praia e a bucólica cidade fluminense. Seu destino, contudo, foi diferente dos demais passageiros. Rumaram para o hospital a fim de conseguir um tratamento mais apropriado para os sintomas que vinha sentindo – algo que não foi possível a bordo, segundo seu relato.
O técnico de Enfermagem mostra o cálculo renal que atrapalhou seu mini-cruzeiro ao Rio de Janeiro

No hospital, Edemir fez exame de urina, que segundo ele apontou uma leve infecção. A dor continuava e, por isso, teve que passar o resto do dia internado. “Por volta das 18 horas, eu conversei com a médica. Ela queria me internar, mas expliquei que o navio ia sair. Perguntei se ela podia me dar medicação oral, ao invés da injetável que eu estava tomando, para poder voltar para o navio. Então ela me passou uns comprimidos”. Os tais comprimidos eram, segundo ele, o medicamento Cipro, para combater a infecção.


Leve melhora :
De volta ao navio, o técnico de Enfermagem teve uma pequena melhora, mas que não durou muito tempo. Naquela mesma noite, por volta das 23 horas, ele voltou a sentir fortes dores e precisou novamente passar pelo médico de bordo. Mais problemas para o casal. “O médico disse assim: ‘tua situação está piorando. Você vai ter que desembarcar na praia privativa porque você não vai ter mais condições de ficar no navio’. Nós argumentamos que não podíamos descer num lugar que nem conhecíamos. E depois de conversar com o capitão do navio, ele disse que o máximo que podia conseguir era uma lancha para nos levar até Mangaratiba”.

Edemir afirma que se viu forçado a aceitar as condições impostas pela tripulação do navio, pois se sentia muito mal e precisava ir a um hospital. Até porque, conta, seria obrigado a assinar um documento isentando o navio de responsabilidade, em caso de um problema de saúde seu a bordo.

A lancha os levou na manhã seguinte até a cidade, onde seguiram para um centro médico. “Minha pressão estava 16 por 10”, contou. Ele pediu à médica que aplicasse analgésico, para que pudesse seguir viagem de volta para casa. Foi o que ela fez. E naquele terceiro dia de sofrimento, por volta de meio-dia, o casal começou o regresso para casa.

Um micro-ônibus até uma cidade próxima, depois uma van até uma rodoviária do Rio de Janeiro, depois um táxi até o Aeroporto Santos Dumont. Passagens parceladas no cartão de crédito, seguiram para Campinas, de onde tomaram um ônibus para Congonhas, seguido de táxi para o metrô e outro ônibus para o Guarujá. Chegaram à Baixada Santista às 23 horas do dia 9, dois dias depois de embarcar – um dia antes de o navio voltar –, com R$ 2 mil a menos e ainda precisando de médico. Não teve outro jeito: procuraram o Hospital Santo Amaro, no município, e constataram que a pressão de Edemir seguia alta.

Edemir diz que só aceitou deixar o navio porque realmente tinha fortes dores e “medo de morrer a bordo”. O casal já procurou um advogado e pretende buscar seus direitos, porque entende que o técnico de Enfermagem não recebeu o tratamento apropriado. “O que aconteceu foi horrível. Pegamos várias conduções
 para chegar a Guarujá, senti fortes dores, pressão alta. É um descaso o que fizeram com a gente”.
Chaminé do Sovereign/Pullmantur

A Tribuna tentou ouvir a Pullmantur, mas ninguém da armadora foi encontrado.

A CVC Turismo também foi procurada pela Reportagem, mas informou que é responsável apenas pela venda de pacotes, e não pelo atendimento a passageiros a bordo do navio


Fonte : ATribuna
Imagem: Pullmantur & Paulinho Ricci

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