quinta-feira, 12 de julho de 2012

Obras já mudam paisagem da zona portuária do Rio


Daqui a dois meses, quando o Museu de Arte do Rio (MAR) for inaugurado, a revitalização da zona portuária da cidade deve trocar a condição de lenda urbana pela de realidade promissora. A entrega pela Prefeitura, há uma semana, da primeira fase das obras de reurbanização em 24 ruas do entorno já deu um gostinho à população. Mas são os equipamentos culturais que prometem mudar mesmo a cara da região, ocupada desde os anos 1700 e degradada ao longo da segunda metade do século 20.

À medida que o projeto Porto Maravilha começou a tomar corpo, há três anos, estimou-se que tanto o MAR - que reunirá diferentes suportes artísticos e contará a história do Rio, além de estar conectado a uma escola, ao custo de R$ 76 milhões - quanto o Museu do Amanhã - high-tech, voltado à ciência e à ecologia e orçado em R$ 215 milhões - já estariam de portas abertas.
Créditos: Divulgação
Projeto irá revitalizar as áreas degradadas do cais e do entorno do porto carioca

Subestimou-se a complexidade do Museu do Amanhã, cujo prédio, assinado pelo estrelado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, é tão intrincado que exigiu projetos complementares. Só agora seus dois primeiros pilares surgem no píer da Baía de Guanabara. Até dezembro, 40% da estrutura deve estar pronta. A inauguração ficou para 2014.

Iniciativas mais simples, como a reforma do Palacete d. João VI, de 1916, transformado no MAR, e a adaptação do prédio vizinho, dos anos 1940, para abrigar a Escola do Olhar a partir de 2013, não fugiram muito do cronograma. A Biblioteca Nacional também já anunciou que o prédio de hemeroteca (de jornais e revistas) será modernizado. "Teremos um círculo que se retroalimenta: a área é valorizada e atrai investidor, morador, visitante. Terrenos já começam a ser disputados", diz Jorge Arraes, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto, lembrando que os cariocas ouvem discursos sobre a recuperação da região há cerca de 40 anos.

Já a abertura do AquaRio - aquário de 25 mil metros quadrados e 5,4 milhões de litros de água -, inicialmente estimada para este ano, foi retardada para coincidir com a do Museu do Amanhã. O custo é de R$ 140 milhões. "Seria um erro abrir o aquário em um canteiro de obras", diz o construtor Roberto Kreimer. Como a prefeitura, ele aposta na demolição do Viaduto da Perimetral (a se iniciar em 2013 e acabar até 2015) como peça crucial dessa transformação. "É bem diferente passear em um bulevar olhando o mar ou um viaduto".

A um custo de R$ 139 milhões, as obras de urbanização (esgoto, pavimentação, drenagem e reabertura do Jardim do Valongo, que integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana) são as únicas inteiramente custeadas pelo município. Beneficiam a população de classe baixa que vive ali, que sonha com novos serviços.

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