MSC Armonia |
O navio MSC Armonia recebeu o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para deixar o Porto de Santos e seguir viagem ontem, às 22h25. Como consequência, o check-in dos cerca de 1.900 passageiros, previsto para as 11 horas, só começou às 22h40, uma demora de 11 horas e 40 minutos. A embarcação deixou o complexo santista na madrugada desta terça feira, às 2h40, levando a bordo seis tripulantes doentes.
Esses funcionários serão isolados em suas cabines, segundo o chefe do posto portuário da Anvisa em Santos, Acary de Oliveira, que acompanhou a inspeção sanitária realizada a bordo. Segundo ele, a presença dos marítimos não representa um risco aos turistas.
Atracado no cais do Armazém 32, o Armonia foi liberado para deixar a Cidade após a Anvisa realizar uma inspeção sanitária que começou às 8h30 e só terminou às 19h30. Nesse período, irregularidades foram descobertas. Oliveira citou uma delas. O navio não tinha registro de higienização das cabines dos tripulantes, ou seja, não havia um controle sobre quando e quantas vezes esses locais eram limpos.
Devido a esse problema e à presença dos seis doentes na embarcação, o comando do Armonia foi notificado pela Anvisa e terá de adotar procedimentos específicos de limpeza e registro. Uma planilha de limpeza, com anotações dos horários em que ela ocorrer nas cabines dos funcionários, terá de ser feita. E os passageiros terão de ser informados, de três em três horas, se novos casos suspeitos de gripe surgirem a bordo.
Passageiros só começaram a desembarcar às 10h40. Já os tripulantes não foram autorizados a descer
A decisão de liberar a embarcação foi tomada na noite de ontem em Brasília, durante uma reunião entre representantes do Ministério da Saúde e da própria Anvisa (órgão que é subordinado à pasta federal). No encontro, eles analisaram os dados coletados na inspeção feita pelos agentes locais no navio.
Durante a fiscalização sanitária, a equipe do posto portuário da agência entrevistou os passageiros com sintomas de gripe e toda a tripulação, a fim de identificar a quantidade exata de pessoas que haviam contraído a Influenza B a bordo. As respostas foram registradas e enviadas no início da noite para Brasília.
O chefe do posto da Anvisa em Santos não revelou o resultado desse levantamento. Mas informou que 68 tripulantes e 32 passageiros passaram pelo serviço médico do navio com suspeita de processo viral. Para Acary de Oliveira, o número é considerado alto.
Já a MSC Cruzeiros, operadora do navio, afirma que apenas 86 atendimentos foram realizados durante as nove noites da viagem rumo a Buenos Aires, Montevidéu, Punta del Este e São Francisco do Sul (SC), que terminou ontem.
Agentes da Anvisa e das secretarias de Saúde do Estado e do Município foram a bordo inspecionar o navio
Sem informaçõesA embarcação atracou por volta das 7h30 no cais santista. Apesar do horário da chegada, os primeiros passageiros desembarcaram às 10h40.
Enquanto a inspeção ocorria, os cerca de 1.900 passageiros que embarcariam no MSC Armoniaaguardavam, sem informações (não se sabia nem se a Anvisa iria liberar o navio), no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini. Muitos não suportaram a espera e voltaram para suas casas.
Essa foi a primeira escala do Armonia em Santos após a morte da garçonete Fabiana Pasquarelli, dia 19. A jovem, de 30 anos, começou a passar mal a bordo, deixou o navio no dia 15 passado e veio a falecer em pouco mais de 72 horas.
Exames realizados em Fabiana detectaram a presença do vírus da Influenza B, que causa uma gripe comum. A causa exata de sua morte ainda é investigada.
Em nota divulgada à imprensa às 23h42, a MSC Cruzeiros informou que “lamenta profundamente os inconvenientes durante o embarque, que foram alheios à vontade e ao controle da companhia. É importante ressaltar que a demora na liberação do embarque foi exclusivamente devido à inspeção da Anvisa, que não identificou nenhum problema que representasse risco à saúde e à segurança do navio, de hóspedes e tripulantes”.
Embarcação deixou o cais na madrugada desta terça-feira, às 2h40
Fonte e imagens: A Tribuna
e Ana Caroline Carbone Funi
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